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Academia de Letras do MPMG vislumbra futuro de produção intelectual cada vez mais robusta

Em dezembro de 2012 era fundada a Academia de Letras do Ministério Público de Minas Gerais. A semente para a criação de um espaço de produção literária e intelectual dos membros da instituição germinou na mente do então Procurador de Justiça e acadêmico Antônio Lopes Neto. A iniciativa cresceu e frutificou, em 8 anos, 5 revistas literárias, projetos culturais, seminários e inúmeras discussões sobre a literatura e sua difusão.
Nesta edição do AMMP Notícias, apresentamos entrevistas com o primeiro presidente, atual presidente emérito da Academia e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de MG (IHGMG), o Procurador de Justiça aposentado Luiz Carlos Abritta, e com o presidente eleito, o Procurador de Justiça aposentado Duarte Bernardo Gomes.
Ambos contam um pouco da história do grupo, convidam os novos membros do MPMG para conhecer as atividades e projetam o futuro da academia. Confira:

Duarte Bernardo Gomes

1) O que representa a Academia para os membros do MPMG?
Bem, a Academia de Letras do Ministério Público – ALEMP/MG, por seu cunho histórico, foi fundada em 14 de dezembro de 2012, por idealização do procurador de Justiça e acadêmico Antonio Lopes Neto, ideia essa prontamente aceita pelos demais acadêmicos fundadores e que teve como seu primeiro presidente o procurador de Justiça e acadêmico, hoje presidente emérito, Luiz Carlos Abritta. A Academia é uma associação civil de caráter cultural, sem fins lucrativos, que congrega membros do Ministério Público de Minas Gerais interessados na difusão da cultura, no manejo da língua e na movimentação da literatura tanto nacional como internacional.

2) O senhor foi reconduzido ao cargo de presidente da Academia de Letras em 2020. O que o senhor pretende realizar neste novo período?
O papel até então desempenhado pela Academia no seio do ambiente ministerial e de outras entidades que foram parceiras de alguns de nossos eventos, foi dos mais importantes. Pelo esforço acadêmico dos membros participantes da Academia e outros escritores convidados, nós já publicamos cinco revistas literárias de difusão nacional, além de termos implantado e efetivado ciclos de palestras mensais que os nossos acadêmicos realizaram. No final da gestão passada e no início desta gestão, os efeitos da pandemia mudaram a nossa rotina de encontros. Nestes tempos difíceis, realizamos encontros administrativos virtuais por videoconferência, além de nos adaptarmos à execução de palestras pelo mesmo ferramental eletrônico, que, todavia, mostraram-se exitosas com a divulgação de relevantes conteúdos e temas culturais. Pretende-se, nesta gestão, a implantação de um site moderno que permita a conexão e interação com um público leitor e com outras entidades de mesma finalidade cultural. É projeto muito próximo da Academia expandir suas atividades culturais promovendo certames literários abertos a jovens escritores, como também a promoção de intercâmbios com entidades voltadas para as letras. Mais um objetivo desta gestão será o preenchimento total de nossas cadeiras vagas, hoje temos 15, abriremos oportunidades para os membros do Ministério Público de Minas Gerais, nos termos do estatuto, que se interessem por nossas atividades para ingresso em nosso quadro associativo.

3) Qual sua opinião sobre o futuro da Academia de Letras?
Inicialmente, temos que o passado da Academia de Letras marcou um trajeto histórico dos mais meritórios, pois, despertou o diálogo entre as ciências sociais aplicadas do mundo eminentemente jurídico como a atividade primordial do Ministério Público, com os conteúdos das ciências humanas, a cultura e as artes, tão relegadas nesta vivência de um ambiente tecnológico dominante. O presente da Academia faz-se pela manutenção dessa ideia central de humanização das relações sociais entre os membros do Parquet com diversos segmentos da sociedade. E o futuro da Academia que enseja o teor desta questão, ocorrerá como disse Agostinho, bispo de Hipona em suas reflexões sobre o tempo. O tempo é o presente das coisas passadas, é o presente das coisas presentes e é o presente das coisas futuras, vive-se exclusivamente o presente. E por este presente que se projeta no futuro, a Academia fez, está fazendo e continuará a fazer parte do processo civilizatório, respeitando os valores que humanizam cada um e que criam hábitos sociais sólidos e linguísticos-conceituais, cuja apreensão de uma realidade mais polida e compreensiva se faça presente na natureza de cada pessoa.

4) Convite à classe
A Academia de Letras do Ministério Público de Minas Gerais enverga o pioneirismo das letras ministeriais no cenário nacional. É a única no Brasil que reúne promotores e procuradores de Justiça voltados a essas atividades culturais. Encontra-se em ampla expansão e com alguns já pensados projetos culturais e eventos compartilhados com outras entidades afins, tende a um crescimento organizacional planejado, e para tanto, convida a classe ministerial a conhecer os seus trabalhos o que muito nos honrará.

Luiz Carlos Abritta

1) Qual a importância da Academia para os membros do MPMG?
Inicialmente, quero destacar o Presidente da AMMP, Enéias, símbolo de cultura e dinamismo, que disponibilizou um local para as reuniões da Academia, sem o qual seria inviável o seu funcionamento.
Entendo que Literatura e Direito são irmãos gêmeos, tantas as afinidades existentes entre ambas. Basta dizer que grandes escritores pátrios integraram os quadros do Ministério Público, como, por exemplo, Monteiro Lobato, José Lins do Rêgo e Aníbal Machado. São ciências humanas que se entrelaçam e se ajustam. Novalis já afirmava que “quanto mais poético, mais verdadeiro.” Literatura e Direito, em simbiose, nos elevam aos páramos do Absoluto.

2) O senhor foi o primeiro presidente da Academia de Letras do MPMG. O que mais o marcou no período?
Exerci a presidência da Academia durante sete anos. Quero ressaltar que ela só existe em decorrência da iniciativa brilhantes do Procurador de Justiça Antônio Lopes Neto, que a idealizou. Ele propôs meu nome para Presidente, mas eu retorqui que outros estavam aptos a assumir tal cargo. Ele disse que sim, mas somente eu possuía experiência anterior na direção de entidades literárias, pois havia sido Presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais por mais de oito anos e da União Brasileira de Trovadores por mais tempo ainda. Aceitei a indicação, mas “a César o que é de César”, ou seja, sem a mente brilhante de Lopes Neto não teríamos a Academia.
Partimos da estaca zero, escolhendo os membros que participariam, elaborando o Estatuto, registrando a entidade no Cartório de Pessoas Jurídicas e propus o dístico, que foi aceito: AD AUGUSTA PER ANGUSTA, ou seja, é através das dificuldades que se chega aos grandes resultados”. E as cinco revistas literárias lançadas, por si só, demonstram o labor intelectual constante das Acadêmicas e Acadêmicos.
Outra providência fundamental foi, na fase da pandemia atual, realizar reuniões virtuais, como eu já havia determinado no Instituto Histórico. Com tal medida, os membros da Academia de Letras do Ministério Público residentes no interior passaram a participar das sessões, pois poucas vezes poderiam afastar-se de suas atividades nas Comarcas.

3) O que projeta para o futuro da Academia?
A Academia possui tudo para um futuro brilhante, pois tem em seus quadros Acadêmicas e Acadêmicos cultos e interessados. Penso que poderemos implementar, em breve, um sistema misto, ou seja, sessões presenciais e sessões virtuais, de acordo com a conveniência.
De qualquer forma, só existe uma fórmula para o sucesso: trabalho, trabalho e mais trabalho! Repito o dístico da Academia: AD AUGUSTA PER ANGUSTA .

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